A escolarização dos brasileiros aumentou. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgados nesta quarta-feira, 8, mostram que a proporção de pessoas que tinham pelo menos 11 anos de estudo subiu de 25,9% em 2004 para 33% em 2009, e que 97,6% das crianças de 6 a 14 anos estão na escola.
O maior crescimento na taxa de escolarização – percentual dos que frequentam a escola – se deu entre as crianças de 4 e 5 anos e os jovens de 15 a 17. Entre as crianças daquela faixa etária, 86,9% estão na escola, o que representa aumento em relação a 2008, quando a taxa era de 76,2%. Já entre aos adolescentes de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização em 2009 ficou em 90,6%. Em 2008, era de 84,5%.
“A educação brasileira ainda está longe da ideal, mas nunca esteve tão bem”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, os números da Pnad são coincidentes com as estimativas do Ministério da Educação. “Se a tendência for mantida, a meta de universalizar o ensino dos quatro aos 17 anos até 2016 será alcançada.” No fim de 2009, foi aprovada a Emenda Constitucional 59, que estabelece o fim gradual da desvinculação das Receitas da União (DRU) para a educação e a ampliação do ensino obrigatório e gratuito a todas as etapas da educação básica.
Analfabetismo – A taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos de idade ou mais caiu de 11,5% em 2004 para 9,7% em 2009, sendo que o analfabetismo funcional, para essa mesma faixa etária, foi de 24,4% para 20,3%. O Nordeste teve o maior índice de redução da taxa de analfabetismo, de 22,4% para 18,7% no mesmo período.
De acordo com a meta estabelecida pela Conferência Mundial de Educação de Dacar, em 2000, os países comprometidos devem melhorar a taxa de alfabetização em 50% até 2015. O Brasil deve alcançar 6,7% de taxa de analfabetismo. “A meta é factível, mas vamos ter que fazer esforço adicional para alcançá-la. Para isso, é preciso continuar apostando no regime de colaboração entre União, estados e municípios”, disse Haddad.
Escolaridade dos trabalhadores – Em 2009, 43,1% da população ocupada tinham pelo menos o ensino médio completo, frente aos 33,6% em 2004. Aqueles com nível superior completo representavam 11,1% do total; em 2004, era 8,1%. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, os percentuais de pessoas ocupadas com pelo menos o ensino médio ultrapassaram 40% em 2009.
Na visão de Haddad, a demanda por mão-de-obra qualificada deve aumentar. Por isso, segundo o ministro, a expansão da educação profissional e da superior ainda deve pautar as políticas públicas. “A demanda da sociedade moderna é por mais formação. O Brasil tem almejado deixar de ter desenvolvimento mediano.”
A mostra da Pnad 2009 foi de 399.387 pessoas em 153.837 domicílios em todo o país.
Assessoria de Comunicação do MEC.
Uma Escola da Rede Pública Municipal de Niterói, localizada no bairro do Barreto, famosa por seu conceito excelente dentre as escolas públicas do município...
Bem Vindos
Uma alegria e tanto recebê-los aqui. Queremos muito que essa passagem nos surpreenda, assim como a vocês também. Afinal de contas, é a vida... uma sucessão de encontros, mesmo que nestes últimos tempos, virtuais. É a vida, a nossa!
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
No Brasil, erradicar o analfabetismo é tarefa da natureza, não da educação.
Dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam uma informação já conhecida: na área de educação, o Brasil ainda tem o grande desafio de erradicar o analfabetismo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad 2009, 9,7% das pessoas com 15 anos ou mais não sabia ler ou escrever - o que corresponde a 14,1 milhões de brasileiros. Em relação ao ano anterior, quando a taxa foi estimada em 10%, houve redução de apenas 1% - só 0,3 ponto porcentual. De 2004 para 2009, a cifra caiu 1,8 ponto porcentual.
O índice coloca o Brasil em 11º lugar no ranking da analfabetismo da América do Sul. Segundo dados da Unesco, o país estaria na frente apenas de Peru (10,4%) e Guiana Francesa (13%). Nações como Guiana (1%), Uruguai (2,1%) e Argentina (2,4%) lideram a lista, com índices bem inferiores aos brasileiros.
A taxa elevada de analfabetismo assusta. Pior: a velocidade com que ela é reduzida não é animadora, de acordo com Cláudio de Moura Castro, especialista em educação e colunista de VEJA. "O analfabetismo brasileiro está concentrado na população mais velha, e parte dessa população morre a cada ano: por isso, a taxa diminui pouco a pouco, lentamente, e a evolução vem mantendo o mesmo ritmo de queda", diz.
O especialista questiona, assim, o sucesso da própria política educional em seu objetivo de erradicar o analfabetismo. "Hoje, temos programas de alfabetização para jovens e adultos, mas eles têm um impacto muito pequeno nessas estatísticas, não podem ser apontados como responsáveis pela queda do número de iletrados", afirma. Por essa razão, alerta o especialista, extinguir o analfabetismo será uma tarefa da natureza, a ser realizada por meio do óbito das parcelas mais velhas da população.
Outro dado também deve ser levado em conta: como quase 100% das crianças na escola, apenas uma parcela muito pequena dos jovens hoje é considerada analfabeta. Contudo, o fato de estarem na escola não garante uma alfabetização completa. Segundo dados do próprio Pnad, a taxa de analfabetismo funcional entre pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 20,3% - 0,7 ponto porcentual menor do que a verificada em 2008 e 4,1 pontos porcentuais menor do que a de 2004. Essas pessoas não frequentaram a escola por mais de quatro anos.
Segmentação - A maior concentração de analfabetos ocorre entre os brasileiros que têm 25 anos ou mais: 92,6% deles estão nesse grupo. Entre as pessoas que têm 50 anos ou mais, a taxa chega a 21%. "Essa é uma parte da população que não teve condições de se educar e que hoje ainda tem dificuldade para deixar esta condição", afirma Cimar Azeredo Pereira, gerente de integração da Pnad.
O Nordeste é a região que apresenta a maior concentração de iletrados do país, com 18,7%. Já o Sudeste, tem a menor taxa: apenas 5,5%, ou 4,7 pontos porcentuais a menos que a média nacional.
Veja Online, 08/09/2010.
O índice coloca o Brasil em 11º lugar no ranking da analfabetismo da América do Sul. Segundo dados da Unesco, o país estaria na frente apenas de Peru (10,4%) e Guiana Francesa (13%). Nações como Guiana (1%), Uruguai (2,1%) e Argentina (2,4%) lideram a lista, com índices bem inferiores aos brasileiros.
A taxa elevada de analfabetismo assusta. Pior: a velocidade com que ela é reduzida não é animadora, de acordo com Cláudio de Moura Castro, especialista em educação e colunista de VEJA. "O analfabetismo brasileiro está concentrado na população mais velha, e parte dessa população morre a cada ano: por isso, a taxa diminui pouco a pouco, lentamente, e a evolução vem mantendo o mesmo ritmo de queda", diz.
O especialista questiona, assim, o sucesso da própria política educional em seu objetivo de erradicar o analfabetismo. "Hoje, temos programas de alfabetização para jovens e adultos, mas eles têm um impacto muito pequeno nessas estatísticas, não podem ser apontados como responsáveis pela queda do número de iletrados", afirma. Por essa razão, alerta o especialista, extinguir o analfabetismo será uma tarefa da natureza, a ser realizada por meio do óbito das parcelas mais velhas da população.
Outro dado também deve ser levado em conta: como quase 100% das crianças na escola, apenas uma parcela muito pequena dos jovens hoje é considerada analfabeta. Contudo, o fato de estarem na escola não garante uma alfabetização completa. Segundo dados do próprio Pnad, a taxa de analfabetismo funcional entre pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 20,3% - 0,7 ponto porcentual menor do que a verificada em 2008 e 4,1 pontos porcentuais menor do que a de 2004. Essas pessoas não frequentaram a escola por mais de quatro anos.
Segmentação - A maior concentração de analfabetos ocorre entre os brasileiros que têm 25 anos ou mais: 92,6% deles estão nesse grupo. Entre as pessoas que têm 50 anos ou mais, a taxa chega a 21%. "Essa é uma parte da população que não teve condições de se educar e que hoje ainda tem dificuldade para deixar esta condição", afirma Cimar Azeredo Pereira, gerente de integração da Pnad.
O Nordeste é a região que apresenta a maior concentração de iletrados do país, com 18,7%. Já o Sudeste, tem a menor taxa: apenas 5,5%, ou 4,7 pontos porcentuais a menos que a média nacional.
Veja Online, 08/09/2010.
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