Bem Vindos

Uma alegria e tanto recebê-los aqui. Queremos muito que essa passagem nos surpreenda, assim como a vocês também. Afinal de contas, é a vida... uma sucessão de encontros, mesmo que nestes últimos tempos, virtuais. É a vida, a nossa!

sábado, 4 de setembro de 2010

Piada de Sábado: Presente para a Professora

Último dia de aula, os alunos resolvem presentear a professora.
O filho do dono de uma doceria entrega-lhe uma caixa. Ela dá uma sacudidinha:
- São bombons?
- Acertou, professora!
A filha do dono da livraria entrega-lhe o seu embrulho.
- Esse está pesado. Acho que é um livro...
- Acertou, professora!
O filho do dono do bar entrega-lhe o seu presente. Ela nota um pequeno vazamento na embalagem, passa o dedo, apanha uma gota, experimenta e arrisca:
- É um vinho?
- Não, professora.
Ela experimenta mais uma gota.
- É um uísque?
- Também, não...
- Desisto! O que você me deu?
E o menino:
- Um cachorrinho...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Desafios Brasileiros: Ensino Público

Os Presidenciáveis e a Educação.
Conheça as propostas dos principais candidatos para melhorar a qualidade do ensino público no Brasil.

Durante esta semana, VEJA.com publicou uma série de reportagens sobre os desafios na área de educação. Como aconteceu nas semanas anteriores, em que foram abordados os temas O tamanho do estado, Segurança pública e Preservação e desenvolvimento, encerramos o ciclo apresentando as propostas dos principais candidatos à Presidência relativos ao assunto.

A reportagem procurou as campanhas de Marina Silva (PV), José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) para saber o que pensam os candidatos a respeito do tema. Marina e Dilma enviaram suas propostas. As ideias José Serra foram compiladas a partir de declarações públicas do tucano e de seu programa de governo.

A prioridade de Dilma são os professores: a petista quer que a formação universitária seja um pré-requisito obrigatório para os profissionais que pretendem se tornar docentes do ensino fundamental e médio. Suas propostas de programa incluem ainda uma nova política salarial para os docentes, pela qual o atual piso de 1.024 reais sofreria seguidos reajustes - a campanha não informa, porém, de quanto seria o aumento. Dilma afirma ainda que construirá 6.000 creches em todo o país.

O texto de Marina defende uma maior articulação entre União, estados e municípios para garantir uma melhor gestão de recursos e responsabilidades. A candidata do PV defende a ampliação dos investimento na área da educação. No último debate presidencial, realizado na segunda-feira, em São Paulo, Marina prometeu destinar até 7% do Produto Interno Bruto (PIB) para a pasta. Como Dilma, ela defende a criação de vagas nas creches de todo o Brasil, além da implementação de uma educação em tempo integral.

Uma das principais bandeiras de José Serra é o incentivo ao ensino técnico. O candidato defende a criação de um milhão de vagas em todo o país, além do lançamento do Protec, versão para o ensino técnico do Programa Universidade Para Todos (ProUni) - pelo qual o governo federal subsidia a graduação de estudantes pobres em instituições particulares. Serra promete ainda reforçar o aprendizado na sala de aula, começando por colocar dois professores por turma desde a primeira série do ensino fundamental.

A Violência na Escola é Violência Contra a Escola

(*)Paulo Monteiro

Como uma infecção generalizada a violência espalha-se pela sociedade, independentemente de classe social, nível cultural ou local de moradia. Sentimo-nos impotentes diante da proliferação da violência.
Os atos violentos contra a vida e o patrimônio aterrorizam as comunidades escolares. Os atentados não mais se restringem a ações isoladas de indivíduos degenerados, agora aparecem verdadeiras comunidades anormais atentando contra tudo e contra todos.
Há tempos cientistas que se dedicaram a estudar a origem da violência concluíram que está ligada ao complexo de inferioridade. O complexo de inferioridade é a forma ilusória, simbólica, assumida pela impossibilidade de superar o mais forte. Historicamente, adolescentes e jovens sempre manifestaram sua inferioridade diante da hegemonia dos mais velhos.
Toda e qualquer hegemonia, nas sociedades civilizadas, se manifesta através do Estado. Toda a contestação juvenil tem sido dirigida contra o Estado.
Recebemos, diariamente, uma carga enorme de notícias sobre corrupção em todos os níveis estatais, da prefeitura do calcanhar-do-judas aos magistrados supremos da Nação. Enquanto os presídios estão cheios de ladrões de quinquilharias, saqueadores dos cofres públicos são mantidos em liberdade. A impressão que o cidadão comum adquire é a de que é livre roubar e dilapidar o patrimônio público.
Ensinaram-nos que podemos mudar pelo voto e continuamos sob a hegemonia de ladrões da coisa pública. A incapacidade da política do voto para administrar o Estado – seguindo a clássica lição de Clauseritz – continuará através da guerra social, da violência generalizada.
A popularização do ensino espalhou escolas pelo país. Em cada uma delas e em cada professor ou funcionário está a presença física do Estado. Postado ostensivamente diante dos cidadãos um templo erguido em honra dos ladrões impedidos de condução sob algemas para os presídios, agora reservados aos deserdados da Lei.
A violência na escola é uma violência contra a escola. É um ataque de morte contra o Estado corrupto e corruptor. Impossibilitados de espancar os criminosos do colarinho branco espancam professores e funcionários de escola. Em cada escola arrombada e depredada o que vemos é a extravasão do complexo de inferioridade diante da corrupção nos altos escalões do serviço público.
A violência na escola é uma violência contra a Escola, porque é a manifestação visível contra um Estado, que transformou em regra os versos de uma canção gravada por Pedro Ortaça: “Ladrão é quem rouba pouco; quem rouba muito é barão”.

(*) Poeta, historiador e presidente da Academia Passo-Fundense de Letras.

domingo, 29 de agosto de 2010

Piada de Sábado no Domingo... Vamos repartir o pão.

Ainda durante a aula ele estava sonhando com o x-salada da padaria, era uma delicía. O pessoal caprichava, colocava uma maionese gostosa, o hamburguer bem passado, uns alfaces bem firmes, rodelas de tomate e, ainda para arrematar ele sempre pedia para colocar umas fatias de bacon. Hummm! Ele não via a hora de detonar o sanduba.
Sorte que ele tinha o dinheiro para comprar, o dinheiro era a quantia exata, o preço certinho do sanduba. Graças a Deus, Graças a Deus, ele pensava assim.
Chegou na padaria e foi logo pedindo o desejado x-salada. O balconista foi rapidinho preparar. Não demorou muito e já estava pronto. Colocou sobre o balcão e ....
Tocou o celular!
- Alô! Alô! Quem é? Quem? Clara, só um instante Clarinha. Como a ligação estava ruim, com um sinal muito fraco ele virou prá cá, virou prá lá para arrumar a melhor posição para ouvir e não conseguiu nada. Foi até lá fora para responder rapidamente a ligação pois era uma ligação que ele estava esperando.
Depois de falar com a namorada ele voltou para o balcão para detonar o maravilhoso x-salada e, Cadê o sanduba?
- Cadê o meu x-salada? Disse ele para o atendente.
- Senhor, eu coloquei aqui o senhor viu que eu coloquei aqui.
-É! Eu vi, você deixou ele aqui, mas cadê ele?
- Eu não sei senhor, infelizmente não sei onde ele foi parar. O senhor não comeu ele não?
- Não! Não comi não. E o pior, eu não sei onde ele está eu tive que sair só um instantinho e o sanduba sumiu.
- Caraca! o sanduba saiu voando. Mas como eu não tenho mais dinheiro...Me vê uma coca por favor.
Ao sair da padaria ele vê um morador de rua que sempre ficava do lado de fora da padaria saboreando, de lamber os dedos e os beiços, o delicioso x-salada dele.

Edilson Rodrigues Silva

Desafios Brasileiros: Ensino Público

'Quem precisa de escola em tempo integral no Brasil é professor, não aluno'

Diretora da Escola Brasileira de Professores, que se dedica à educação inicial e continuada de docentes do ensino básico, Guiomar Namo de Mello está, é claro, preocupada com a formação dos mestres no Brasil. Contudo, ela não engrossa o coro daqueles que acreditam que a saída para o problema está em oferecer melhores salários. “Se você me perguntasse se o professor ganha mal, eu diria que sim. Mas para o que alguns fazem, é muito”, diz. Para a especialista, mais do que maiores vencimentos, os docentes precisam de melhor formação: saídos de escolas públicas ruins, apenas espalham seu desconhecimento aos alunos. “A formação do professor é uma questão estruturante. Sem ela, nenhuma melhora é possível”, sentencia Guiomar. Aperfeiçoar a formação dos docentes e coordenar as ações de estados e municípios que quiserem promover reformas na área - ambas tarefas do governo federal - serão desafios do presidente que o país elegerá neste ano. Confirma a seguir os principais trechos da entrevista com a educadora.

A senhora costuma afirmar que, até o início dos anos 90, a educação não fazia parte da agenda estratégia dos governos. Hoje, ela já está entre as prioridades?
Os setores mais bem informados da sociedade se deram conta de que a educação é urgente em termos de desenvolvimento sustentável. Por isso, acredito que haja uma pressão maior por parte da população. No entanto, a educação vem sempre carregada de visões imediatistas e às vezes extremamente pessoais dos governantes. Na política, a educação está facilmente sujeita a uma certa pirotecnia, ou seja, os governos e os políticos em geral querem sempre faturar mais com o menor custo possível. E, assim, faltam foco e prioridade. Faltam medidas que se dirijam a questões estruturantes da educação.

Quais são essas questões?
A qualidade da formação do professor, por exemplo, é uma questão estruturante. Sem ela, nenhuma melhoria é possível. E há pouca disponibilidade para atacar esse problema. É preciso mudar completamente os sistema de formação de professores, que ficou refém de um ensino superior. Mas não há disposição de se investir política e financeiramente para atrair os melhores para a carreira de professor.

O que fazer para formar um bom professor?
É preciso enfrentar os cursos de pedagogia, mas não vejo nenhum político se referindo a isso. Também temos que formar o professor em tempo integral, porque eles estão saindo do ensino médio analfabetos e chegam ao ensino superior para reproduzir a sua ignorância. Depois, vão para a escola pública e repetem o círculo vicioso da ignorância. Então, quem precisa de escola em tempo integral no Brasil é professor, não aluno. Nosso professor sai da escola pública: depois de uma formação deficitária no ensino superior particular, onde ele pode dar aula? No ensino público, de onde saiu. E ainda tem quem diga que é ele o culpado pela má qualidade do ensino. Ele não é culpado, mas apenas uma peça dessa engrenagem. Para enfrentar esse problema é preciso vontade política e recursos financeiros para investir na formação do professor. Se estivéssemos dispostos a fazer isso, poderíamos ter um ensino de qualidade.

No Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2008, apenas 2,7% dos cursos de pedagogia alcançaram a nota máxima, igual a 5. O que precisa mudar no currículo dessas instituições?
Precisamos de um currículo onde o futuro professor não estude só a teoria. Ele precisa conhecer a prática desde o primeiro dia, como os médicos. O modelo de formação clínica é o melhor modelo para o professor. Ele não precisa estudar os recônditos da pedagogia. Ele precisa aprender como se ensina e como o aluno aprende. O professor é um artesão, ele não é um grande criador. Da mesma forma que o médico não é um criador. Ele tem que ser um excelente aplicador de conhecimento. A sala de aula é o foco e a referência do trabalho dele.

O currículo escolar praticado hoje é outra questão estruturante?
Sim. Hoje temos um ensino enciclopédico e precisamos acabar com essa crença. Precisamos saber para que finalidade queremos educar os jovens. Temos que educá-los para sobreviver em um mundo cada vez mais complicado, em que a informação está disponível para todos. Para isso, você precisa desenvolver competências que são básicas: saber falar, pensar, usar a linguagem, aplicar o conhecimento adquirido para entender o mundo ao seu redor. É preciso um ensino mais relevante. Ou a gente atende a esses desafios ou não melhoramos o ensino.

Muitos especialistas apontam que o salário do professor é um empecilho para o avanço da educação no Brasil. Como a senhora enxerga essa questão?
A remuneração é um fator a ser revisto. O salário precisa melhorar, mas só isso não resolve o problema. O aumento do salário tem que ser uma decorrência do aumento da responsabilidade do professor e do mérito. Se você me perguntasse se o professor ganha mal, eu diria que sim. Mas para o que alguns professores fazem, é muito. E para o que outros fazem, é pouquíssimo. Para corrigir isso, precisamos de mecanismos para diferenciar um do outro. O que não pode é aumentar o salário de todos.

A meritocracia é uma saída para isso?
A ainda que seja uma única medida, ela é interessante e pode fazer a diferença em São Paulo, onde foi aplicada. Porque se o professor quiser progredir só pelo tempo de trabalho - como normalmente ocorre - o salário dele aumenta em um determinado ritmo. Mas se ele quiser fazer um concurso sobre o conteúdo que ele ensina, ele pode ter um aumento substancial e buscar um atalho na carreira. Ele começa a ganhar mais antes do tempo previsto. Acredito que são esses os mecanismos que atraem os profissionais. Porém, é preciso lembrar que na educação não existe uma única saída. A solução tem que mexer em diferentes fatores. Sozinha a meritocracia não resolve muito. Por mais que incentive o professor, se ele não sabe como ensinar, ele precisa aprender.

Qual o maior desafio na área da educação que o próximo presidente, a ser eleito neste ano, deverá enfrentar?
A questão do professor talvez seja o abacaxi mais complicado para descascar, em todos esses aspectos. O presidente da República manda no ensino superior. E é no ensino superior que está o problema do professor. Não adianta desconversar. A questão da formação do professor é responsabilidade do Ministério da Educação – seja no ensino superior público federal ou nas faculdade e universidades particulares, que são autorizadas e supervisionadas pelo governo. Portanto não dá para se esquivar. Também precisamos lembrar que o governo federal não é o gestor do ensino básico no Brasil. Gestores são estados e municípios. Cabe ao governo federal liderar e coordenar políticas para estados e municípios que queiram promover reformas. E para isso é preciso haver um grande pacto federativo da educação. O presidente eleito precisa usar o respaldo que ganhará nas urnas para chamar estados e municípios e equacionar os problemas mais estruturantes da educação. É importante estabelecer um pacto federativo.

Veja Online, 17/08/2010.