É difícil lidar com a perda. Além de reafirmar o óbvio, quero dizer que as perdas vem de diferentes maneiras. Existem aquelas irreparáveis, das quais a barreira intransponível entre a vida e a morte ainda não conseguimos burlar, e existem aquelas ocasionadas apenas pelo vai e vem natural dos corpos, universos paralelos, divórcios assinados, cartas de despedida ou simplesmente do silêncio. Essas perdas, além de se materializarem de diferentes maneiras, se apresentam nos mais variados tipos de relacionamentos.
Injusto, esse ir e vir constante, já que independente do grau e condições de temperatura e pressão, cada ser vem e agrega algo em você. Pode ser algo bom ou pode não ser, a questão é que as coisas mudam. E assim, às vezes sem mais nem menos, às vezes bem mais do que menos, nos perdemos e então elas se vão, impedindo-te para sempre de voltar a ser o que era antes.
Pode ser assim, dramático, ou pode passar desapercebido, mas não significa que não aconteça. Entre outras coisas, talvez sejam esses ganhos e essas perdas, esse trânsito humano, que nos faz chegarmos a velhice completamente diferentes do que fomos na juventude.
E, se tivesse que ressaltar um objetivo dessa linha de raciocínio, exposta aqui a julgamentos de valor quanto a breguice e insensatez, seria dizer para você que, apesar de toda abundância de informação que agora flutua na internet, ainda está lendo esse texto, você que possivelmente já perdi por aí, ou talvez de alguma forma faça parte da minha vida, devo dizer que, independente da contabilidade de perdas e ganhos, você é parte constituinte do que sou hoje e do que serei amanhã.
E realmente espero que, mesmo nos perdendo, possamos nos reencontrar por aí.
Texto postado por Anna no Blog "A simples complexidade das coisas"
in memoriam... Profª Tereza Cristina.
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